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segunda-feira, 28 de março de 2016

Você

Os cabelos desgrenhados e emplumados perpassam sobre mim,
o aroma de perfume possui meus sentimentos,
e dilacera,
dilacera a ínfima lembrança
daqueles tempos em que o coração batia.

Um misto de desesperança e amor
é tudo o que sinto.
Seus olhos queimam os meus,
o verde transmuta minha alma estéril,
algo nasceu e morreu em minha alma,
os dois simultaneamente.

E não sei para que direção ir
apenas abaixo os olhos e queima-se os lábios.
Petrifico-me.

O preço da glória(segundo eu)

Depois de tanto tempo e não a querendo mais,
a glória vem abençoar minha vida.
Eu pedi sua benção tantas vezes,
e nunca isso me fora concedida.
Por outro lado, a indesejada, desgraça
agraciou-me com sua benção,
algo desprezível que quando finalmente aprendi a apreciá-la,
a glória invejosa tentou me seduzir.

Em vão, por sou uma devota fiel.
Tanto que vendi-me a desgraça,
agora tudo o que desejo mal,
se realiza meus desejos,
embora eu não deseje mais o que uma vez desejei,
não preciso mover um dedo
para ver todos abaixo de mim,
todos a quem uma vez a glória agraciou
e deixou-me a mercê da desgraça.

Pois bem, sou uma devota de sua inimiga,
embora ela não seja uma coisa boa,
passei a tolerá-la e até gostar,
pois foi ela que me fez ser a vencedora.

domingo, 13 de março de 2016

Deserto

Há um deserto,
Longo e denso,
Imensuravelmente observável.
Povoado de flores silvestres e vermelhas,
Quase sem folhas e pequenas.
É uma visão e tanto.

Quando o visito,
É meu lar,
São meus olhos e mãos.
É meu eterno enterro.

Quando se anda muito, 
pôde-se ver duas ou três árvores pequenas,
Extremamente verdes com miúdas flores amarelas.
Eu deito-me abaixo delas
e a areia é meu tapete árido.
Quando me vou, grãos de areia estão sob
minha pele.