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domingo, 28 de setembro de 2014

Fortaleza

Destrua-me
Em águas profundas
Toda a amargura
Tornaram esse coração forte

Forte a todos os desafios
Forte aos ventos mais fortes
Forte aos olhares mais fúteis
Forte a falsa tristeza
Menos forte para o amor

O amor pode tudo
Deixa-me fraca
E doente
Irresistível sua figura tão ambígua
Bela e Nojenta
Completa e Fragmentada

E quando você deixar meu corpo na praia,
Amor.
Quem irá me pegar no colo e levar-me ao porto seguro
É minha amada amargura
Que irá me nutrir
Que irá cuidar de mim
Que irá me amar
E eu sempre a trairei
Sempre e sempre atrás do inalcançável

Mito do amor.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Irresistível

Irresistível amargura
Que beija-me
Por mais que doa
Sua mão adentro do meu corpo!
Louca querendo meu coração!

Olha-me nos olhos
Querendo penetrá-los e possuí-los.
No mais quente cubo de cinzas.
Doma-me as cegas
As mãos rubras.

Por que me fazes querer mais?
Por que queres mais?
Mais e mais?
Mais dor
Mais amor em sofrer.
Para que nunca se esqueças de mim?
Para que eu nunca esqueças de ti?
Quantas vítimas já fez, amargura?

Do copo que bebes,
Eu o bebo.
Pede-se mais um pouco de dor.
Para que possamos estar juntos.
A eternidade louca dos cinco minutos.
Olhos nos olhos
Meu coração quase em suas mãos.

O que fará depois que se tornar cinzas?
Tentará reconstituir para que a eternidade de suas mãos rubras permaneça?
Qual é o prazer em todo esse desespero?
É tal como o droga, sempre mais
Sempre prazer, nunca a dor sua.
Somente a minha.

Solidão

As luzes direcionadas
Você apenas as observa
Na sombra
Irreconhecida
Esquecida
Sombra
Que move lentamente
As mãos

O coração mais pesado que aço
É tão difícil carregá-lo
Na lúgubre sombra esquecida.
Infelizmente a luz parece o domínio
Mais cobiçado de toda a galáxia.
E a sombra menos esgorjada.

Se a luz pudesse me tocar...
Se ela pudesse me tocar
Poderiam me ver
Me amariam
Me adorariam
Me idolatrariam

Me amariam
Me adorariam
Me idolatrariam
Me amariam
Me adorariam
Me idolatrariam
Me amariam
Me adorariam
Me idolatrariam
Me amariam
Me adorariam
Me idolatrariam

E nunca mais deixariam-me em paz.
Nunca mais haveria o privilégio de estar só.
Nunca mais
Nunca mais poder ficar consigo mesma.
Nunca mais
Nunca
Nunca mais
Pois você deveria ser o modelo deles
Seguir os padrões conforme eles obrigam
Ser seu novo escravo.
Forjado na luz cegante
De ser uma estrela
De ser outro!
De nunca ser eu!

Me amariam
Me adorariam
Me idolatrariam
Me amariam
Me adorariam
Me idolatrariam
Me amariam
Me adorariam
Me idolatrariam

E nunca mais deixariam-me em paz.
Nunca mais haveria o privilégio de estar só.
Nunca mais
Nunca mais poder ficar consigo mesma.
Nunca mais
Nunca
Nunca mais
Pois você deveria ser o modelo deles
Seguir os padrões conforme eles obrigam
Ser seu novo escravo.
Forjado na luz cegante
De ser uma estrela
De ser outro!
De nunca ser eu!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Primeira vez

Vento do sul
Por que me beijas ternamente?
O toque suave e frio de seus lábios sobre os meus.
Beijas a mim.
Beijas as flores.
Beijas a tudo e a todos.

Vento
Beijas, por favor,
Até o mais profundo segredo do meu coração
Esses segredos precisam de seus beijos
Os únicos que os farão abrirem os olhos
E sentirem o que sentiram outra vez
Mais vida que seus beijos não há
Os beijos dos quais eu desejo loucamente.

Vento
Beijas-me, por favor,
Faça com que eu sinta seus braços em volta dos meus.
Há tanto tempo que você não me abraça.
Há tanto tempo meu coração foi guardado a ti...
Há tanto tempo que quando me abraças e me beijas
É como se fosse a primeira vez.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Estrela

Estrela 
Que brilha para viver
Brilha e tinge o céu sem saber
De seu brilho
É apenas vida que corre em suas veias
E brilho que emana de sua face

Estrela
Que é motivo de meus longos pensamentos
Como brilha tão solitária?
Se suas conterrâneas estão tão longe?
Será que é o desejo de outra que faz você viver e brilhar?
Será?

Estrela
Brilhe para mim
Mesmo que deseje outra
Para que eu possa te ver e te desejar também.
Seu brilho é meu consolo
E minha alegria.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Estampa apodrecida

Os dias se vão tão rapidamente!
Como posso agarra-los?
Não há... Como...

A mudança imperturbável
Sempre o mesmo céu
Dia após dia
Noite após noite
E eu vou apodrecendo por fora

Não é a beleza que eu venere
É a juventude
A velhice da face que não combina com a juventude da alma.
Eu queria mostrar a juventude da alma
Outra vez estampada em meu rosto.

A estampa apodrecida
O véu que cobre meu rosto
Eu deveria ser uma cobra
E trocar de pele com certa insistência.
Eu gostaria.

A estampa apodrecida
Rachada, completamente rachada
Fina e terrível de se ver.

Tudo em vão
Só posso olhar a foto que me atormenta
E lembra-me dias gloriosos 
Lembra-me que os dias estão se esgotando.
E eu não posso mais ser o que fui.