Total de visualizações de página

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Enterro

A cidade se configura
O sol se vai
E seus habitantes também

Sol
Eu lamento a sua morte
Eu lamento a sua ida
E a minha também

Lembro-me de dia após dia
Repetidos
E que não posso mais recuperá-los
Mas posso revivê-los em meu coração
Toda a tristeza calma 
E boa que sempre senti

Tristeza
Tu me abandonastes como o sol?
Não
Sempre está escondida
Com medo de meus gritos
Mas quando a chamo
Prontamente você vem
Desejando apenas meu olhar

Tristeza
Eu a enterrei
E a desenterro quando quero
Você volta dos mortos
Com aqueles olhos melancólicos e tristes 
E eu sei que deveria estar sempre contigo
Mas sua presença me fere
E eu a afasto
Mediocremente
Eu sou tão hipócrita!
Renegando o amor que você tanto deseja de mim!

Outra vez eu a enterro
Mas você continua viva
Em minhas lembranças
Um atormento triste e delicioso

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Voar

Sou um pássaro
Com medo de voar

Quero jogar-me do precipício
Mas tenho medo de sentir a dor
Quando meu corpo se espatifar no chão

Tantos outros voam
E eu os detesto
Mas eu gostaria de voar
Da minha maneira
Não do jeito que eles querem

Fuga

Tenho fugido!
Todos estes anos 
De mim mesma!

Buscando conforto
E negligenciando meu coração através dos livros
Deixei o que estava perto de mim ficar longe 
E o que estava longe, perto.

Com medo da destruição que posso causar a mim mesma
Com medo da felicidade
Com medo da rejeição
Eu tenho buscado decifrar meu coração 
Inutilmente
Pois mais analítico e frio ele se torna

Onde estará aquela menina de olhos escuros e tristes?