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sábado, 29 de setembro de 2012

Depois de 5 séculos...

I`m back!
Ola! Faz muito, muito tempo que não posto nada, mas enfim, hoje postarei um dos meus contos. Com certeza esse é meu conto predileto, ele é na verdade sobre eu mesma, meus sentimentos de vazio, solidão e silêncio.


Sopro Gélido
Elliot Anked

O dia era silêncio, à noite mais ainda, e o ano também, eu sempre no silêncio que parecia eterno, 10 anos de silêncio, a infância foi um silêncio e meus dias de silêncio eram cinzas, ou seriam azul escuro? Acho que azul escuro seria mais um sopro gélido, então meus dias eram cinzas e eu era o azul escuro do qual gosto tanto agora, ele me inspira tranquilidade e morte. Eu vivia no silêncio e na solidão, isso me agradava tanto, mamãe também era silenciosa, mas não solitária, infelizmente não me lembro muito da infância, apenas dos sentimentos, porque isso era o que realmente importava para mim, talvez eu era algum tipo de aberração, ou um alienígena, pois analisava as pessoas e por mais que analisassem não compreendia-os, mas agora compreendo-os, mas não sei explicar, sou ainda uma menina, que não desenvolveu o intelecto, não desenvolveu a parte técnica, vivo de sentimentos, aliás vivia, e nesses acessos que tenho de lembranças quando era criança, me dá uma saudade daquela solidão, daquele silêncio, para começar, mamãe disse-me uma vez que era para eu ser a filha mais feliz, mas eu era misteriosa, silenciosa, não dava trabalho, mas para ela eu nunca entendia nada, como cozinhar, como passar pano no chão, quantas milhares de vezes mamãe explicava? Gritava, mas eu não funcionava, não gostava de pensar em coisas complexas, afinal a maioria do tempo eu não pensava, gostava de olhar para o céu de dia e de noite e não pensar em nada, de sentir o sol e um vento quase imperceptível no rosto, as outras crianças, tais como meu irmão, pulavam, gritavam, eram loucas, eu era diferente. Quando eu era pequena gostava de frio, agora não, e agora, eu tenho tanta vergonha de mim, que vergonha! Por que eu cresci? Por que tudo não foi congelado naquela infância? Os dias eram tão vagarosos até cinco anos atrás, mas daí a dor veio e os anos corriam, aliás, eu queria que corressem, mas mamãe sofria. Naquele tempo eu amava papai mais que tudo, hoje eu o odeio, papai, porque o senhor bateu na mamãe? Por que o senhor sempre foi rude com ela? Por que todos os homens são assim? Por quê? Papai, você destruiu minha vida. Meus irmãos sempre foram alienígenas, todos, agora eu posso entender a todos, mas não gosto de estar com ninguém, sempre tenho aquela sensação estranha, e sei de onde vem, eu criei essa barreira, eu era tão silenciosa que irritava, e eles mexiam comigo o tempo todo, o único jeito de me acordar eram dizer que eu era estranha, mas no fundo eu sei que tudo não passava de inveja, da qual eu nem tinha ideia, ter dinheiro sempre foi uma desgraça.Eu sempre estive morta, agora com 18 estou viva, e isso é horrível, eu virei um ser humano? Tenho nojo disso, eu me tornei humana! Eu não era! Era apenas um cadáver de cabelos e olhos escuros, pele e osso perambulando por ai, silenciosa, talvez um fantasma. Às vezes me pergunto se tudo isso é real, se minha infância era feita de surrealismo, lembro-me daquele quadro “O Grito de Edvard Munch” eu me vi ali naquele mundo indefinível, não gritando, mas caminhando naquele mundo, eu me vi ali. O que significa ser assim?
Talvez eu estivesse morta e não sabia, e eu era um sopro gélido, mas agora não sou mais um sopro gélido, mas gostaria de ser, mas não me deixam, me calaram, eu grito, mas ninguém quer escutar, eu gritei durante todos os anos de minha infância e agora meu irmão se calou, trocamos de lugar irmãozinho? Ele joga na minha cara que sou solitária, sou até hoje, eu criei a barreira, porque quando não havia barreira, mutilaram meu coração e fiquei mutilada, então decidi ser outra, para a dor acabar, e não acabou, vivo desse jeito, parecendo ser feliz, mas quero a minha infância triste, como um sopro gélido que eu sempre fui, agora sou fútil, penso em coisas matérias, coisas que nunca considerei importantes, infelizmente agora sou humana. A única coisa material que acho que vale a pena seria a musica, ela me traz a infância de volta, essas musicas podem ser depressivas, mas eu amo-as, me fazem sentir viva, a verdadeira pessoa que sou, e quando estou sozinha trancafiada nessa torre fria, eu me lembro de quem eu sou.
Quando saio do normal, acho que estou louca, mas não, estou mais normal que nunca, eu estou nesse estado fora de mim 364 dias e apenas um dia, ou seja, o 365º dia me faz voltar a minha realidade, infelizmente me acordaram, tive que crescer, parar de ficar no meu mundo, o mundo era meu, apenas meu. Lembro que ficava nos dias de morte na frente do sofá, assistindo TV e devaneando em meu mundo, a tarde toda, solitária, minha irmã trabalhava e meu irmão ficava na rua, eu apenas em casa, sozinha e feliz. Hoje olho para o espelho, meu rosto mal mudou, só esta maior, mas em que corpo estou? Eu era pele e osso, porque tenho seios e pernas grossas? Onde esta meu corpo pequeno? No passado, enterrado como ele esta enterrado, mas em minhas lembranças esta no meu quarto, onde entro algumas vezes apenas e olho os corpos ali, vivos, meu amigo não está morto e eu também não, estranho olhar para mim mesma, mas vejo eu, aquele semblante pálido e triste e amo ela, amo tanto, como se fosse o único objetivo de minha vida, perpetuar a mim mesma e ter meus filhos, imagino que serão a minha cara, mas sei que não serão, imagino num futuro perfeito, assim como imaginava quando era criança. Meus cabelos eram minha camuflagem, sempre em frente ao meu rosto e eu no recreio da escola, sentava no chão, encolhia as pernas e abaixava a cabeça, olhava para meu corpo e fechava os olhos, não pensava em nada, quando os abria e a luz do sol me incomodava, olhava para as crianças correndo e aquilo me dava medo e nojo, nunca quis ser igual a eles, então meu amigo chegava e sentava-se ao meu lado e olhava a todos e eu novamente com os olhos fechados, silêncio era nossa maior conversa, sempre foi, ele gostava de mim, aliás, me amava e eu apenas amava como um irmão, ele era melhor que meu irmão, pensávamos igual, éramos ambos solitários e ambos amigos, que o destino fez certo, mas ele me abandonou, e eu odeio ele por isso, mas ainda o amo, ainda visito seu túmulo, ainda digo que sou sua irmã, talvez eu seja a irmã dele, talvez ele também era um sopro gélido, era também magrelo como eu, também tinha cabelos e olhos escuros como os meus, mas minha pele era branca como mármore e a dele um amarelo encardido e escuro, se ele não tivesse morrido, talvez penso que éramos almas gêmeas e estaríamos juntos para o resto da vida e agora não sentiria a amargura da solidão. Para eu, ele nunca estará morto, nunca, esta apenas longe, estudando fotografia, embora ele tenha me traído antes de se matar, aquela foi a pior traição, a primeira, ele me trocou por duas humanas! E depois se matou, ele estava se sentindo solitário e a dor da solidão, se eu soubesse, se homens contassem seus sentimentos... Mas ficam silenciosos e remoendo por dentro, assim como eu na minha infância, remoendo a dor que os outros me faziam passar, a raiva, chorava todos os dias, sem parar, a escola era meu tormento, gritos, sempre gritos, aquilo me irritava, porque ninguém era como eu? Humanos... Todos iguais... Meu conforto era estar em casa, minha família era meu conforto, mas minha família acabou e eu também morri, morri porque sou humana agora, antes eu era um sopro gélido, mais viva do que ser humana, mais viva, esse sopro gélido que todos acham ser a morte, era a verdadeira vida, era tudo para mim, era respirar de verdade, era felicidade estar morta e em silêncio.



ps: vou postar esse conto na semana de Letras da minha faculdade, desejem-me sorte! Wish luck for me! 

terça-feira, 27 de março de 2012

O Amor - Fragmento

Dedico essa letra para minha marida Amanda,haha.
Bem eu sei que ando sumida, trabalhos, faculdade e... Sem inspiração pro meu conto!


Perambulando pela cidade
Procurando amargura
Procurando distrair meu coração.
Ferida aberta
Que nem esta em processo de regeneração.

Choro a noite toda
Procurando consolo em minha cama
Procurando dormir e esquecer
O amor.

O amor não deveria me fazer sofrer
Eu coloquei uma venda em meus olhos
E me joguei do abismo
E você sabe o resultado:
Você estará morta e manchada de sangue
Seu corpo estourado
Pedindo misericórdia para a morte te buscar.

Você sabia
Que o amor te arrebenta
E como se fossem mil facadas
E como se fossem eternas
Mas mesmo assim
Você precisa do amor

Você sabia que o amor é como um corvo
Que ira te devorar
Comer suas entranhas
E beber seu sangue.

Você sabia que o amor é uma droga
Deixa-te louca
Querendo mais
E um dia te deixa na miséria
Você pede mais.

Você pede mais amor
Você pede mais facadas
Você pede mais sangue
Você pede mais miséria.

domingo, 18 de março de 2012

Se eu tivesse tempo...

Bem a professora passou um poema a nos, se chama "Se eu tivesse tempo - KIRINUS, Gloria"
E ela nos pediu que escrevessemos uma estofre que começasse com "Se eu tivesse tempo..."
E eu gostaria de compartilhar depois de tantos meses neste blog "morto".


"Se eu tivesse tempo...De que me adiantaria?
Viver eternamente como um vampiro
E morrer no tédio
Viveria suspirando pela morte
E encontrar quem amo, do outro lado"


Bem ando ocupada e procurarei atualizar este blog amado e querido.